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Na semana passada, véspera de Natal, acordei pensando na realidade do momento do nascimento de Cristo. Imaginei o quão inóspito foi aquele ambiente para o parto de Maria. E esse ambiente é pouco representado, na verdade. Portanto, através da poesia, quis retratá-lo [para quem não me conhece, já fui compositor no passado - inclusive, a primeira música do primeiro CD da banda Pequeninos do Senhor, chamada Joelhos Calejados, é de minha autoria ;) ].
O poema mostra não somente a parte oculta, e completamente real do presépio, mas também o quanto, de verdade, vejo que preciso melhorar como ser humano como forma de agradecimento ao que Jesus fez por mim e por cada um de nós.
Espero que sirva de contemplação!
P.S.: Até dia 31/12 ainda é Natal então, está valendo! Fiquei completamente off (mais off ainda) na semana passada.
Quisera eu ser a mitinga ou a mosca
Presente na noite onde você nasceu
O verbo encarnado do céu
Jesus, o filho de Deus.
Quisera eu ser a barata que lá estava
que naquela noite não fugiu da luz
Porque até os invertebrados
Te reconhecem, oh Jesus!
Quisera eu ser a palha lá jogada
Que ao menos te serviu de colchão
Ao menos para algo eu serviria
Para dar ao Rei de toda nação.
Indignamente, não pudera ser mais nada
Nem cavalo, nem rei mago e nem pastor
Mas diante de minha insignificância
Desceste do céu para me salvar, oh Deus de amor.
Havia mais seres imperceptíveis
Como as minhocas que lá estavam
Que, apesar de não serem representadas
Em sua limitação te adoravam.
Penso eu, que há muito não te adoro
Como pôdes tomar o meu lugar
No brutal sofrimento da cruz?
Nasceste para morrer e me salvar.
Os homens querem ser Reis
E os reis querem ser Deus
Mas só tu Deus, quiseste ser homem
Para ensinar-nos o amor e salvar os filhos teus.
Até os fungos que traziam odor
Sentiram a tua onipotência
Frágil, pequena e indefesa
Apenas na aparência.
Tem piedade de mim, menino Deus
Que me afasto de ti intencionalmente
Enquanto toda a criação naquela noite
Te adorou intensamente .
Que eu seja a mosca, a mitinga, o fungo, a barata ou a minhoca
Que ninguém precise me perceber
Mas que eu te perceba nesta noite
Onde tu, oh Jesus, viestes a nascer.
Mayko Petersen
#partiuserrico
29/12/2020