Euforia: a última etapa antes da overdose

“Meus heróis morreram de overdose”...

Quando Cazuza cantou isso eu, particularmente, não sei o que quis dizer. Mas melhor que Cazuza é minha mãe que para qualquer coisa fala assim: “Mayko, fazer (tal coisa) demais faz mal”. Há uma sabedoria aí a ser explorada.

Até água demais faz mal e pode matar. E por falar em líquidos, os bancos centrais ao redor do mundo já injetaram $25 TRI-LHÕES na economia após o início da pandemia do COVID-19 (coronavírus).

Mas o que é trilhão?

• 1 MI-LHÃO de segundos são cerca de 11 DIAS e meio

• 1 BI-LHÃO de segundos são quase 32 ANOS

• 1 TRI-LHÃO de segundos são quase 32 MILÊNIOS! Há 32.000 anos estávamos no paleolítico! Há 25 TRILHÕES de segundos o homo sapiens nem existia!

Bom, o que separa o veneno do remédio é a dose. E o que os estímulos trilionários significam? Que a economia está se sustentando com remédios. E, como qualquer remédio, há consequências. E, como qualquer remédio, doses excessivas são fatais.

Mas alguns sintomas começam aparecer antes de uma overdose. Alguns sintomas da overdose econômica:

• Indicadores reais catastróficos e os indicadores da bolsa ignorando: eu disse isso neste vídeo no dia 21/04;

• Warren Buffet (o maior investidor do mundo) sendo chamado de idiota por quem diz que day trading é o jogo mais fácil que existe;

• Penny Stocks (ações com valores inferiores a 1 dólar) tiveram uma média de 80% de ganho na semana retrasada;

• Uma empresa automobilística chamada NIKOLA que vendeu NADA tendo seu valor de mercado BILIONÁRIO como a FORD que vendeu 39,7 BI de dólares no último trimestre do ano passado;

• A Hertz mês passado entrou com pedido de falência; viu suas ações subirem mais de 400% depois disso e, aproveitou para pôr a venda 1 BILHÃO de dólares em ações para conseguir captar caixa.

Fernando Ulrich esses dias deu uma dica para ficar bilionário, mas eu a recusei. A dica era mais ou menos a seguinte: “Abra uma startup sem nenhum produto vendido, venda ações e decrete falência. As ações vão bombar e você fica rico vendendo-as”. Parece piada, mas é a realidade.

Estamos dançando frente ao precipício de olhos vendados e em cima de uma corda.

Se observarmos o gráfico do S&P500, no dia 08 de junho o índice estava com os mesmos valores do dia 06 de janeiro deste ano (em um momento de pleno emprego nos Estados Unidos, com a economia aquecida). Será que o risco atualmente é o mesmo do início do ano ou a economia está mais frágil? Se os valores já não estavam tão convidativos no começo do ano, que dirá agora!